Esposa de policial que morreu em megaoperação revela últimas mensagens trocadas com marido

Entre as centenas de histórias que emergiram após a megaoperação no Rio de Janeiro, uma delas tem comovido o país: a despedida silenciosa entre o sargento do Bope Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, e sua esposa. Ele foi um dos quatro policiais que perderam a vida durante a ação nas comunidades do Alemão e da Penha, na última terça-feira.

A troca de mensagens entre o casal aconteceu pouco antes de Heber ser atingido em confronto. A esposa, aflita, enviou mensagens perguntando se ele estava bem. Em meio ao som dos tiros, o policial respondeu com tranquilidade:

“Estou bem. Continua orando.”

Essas foram as últimas palavras que ela recebeu do marido — uma frase curta, mas carregada de fé e coragem, que agora ecoa como um símbolo de despedida e devoção.

Minutos depois, o silêncio tomou conta da conversa. A mulher continuou enviando mensagens, implorando por um sinal:

“Te amo. Cuidado, pelo amor de Deus. Me dá sinal de vida sempre que puder.”

As chamadas seguintes não foram atendidas. Horas mais tarde, veio a confirmação que ela mais temia: Heber havia sido morto durante o confronto.

Nas redes sociais, a viúva compartilhou um print da conversa, acompanhado de um desabafo emocionado:

“E agora, o que vou falar para a Sofia?”, escreveu, em referência à filha pequena do casal.

A publicação recebeu milhares de mensagens de solidariedade e apoio. Amigos e colegas de farda lembraram o sargento como um profissional exemplar, reconhecido por sua coragem, disciplina e fé inabalável.

Com 14 anos dedicados ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Heber era um homem consciente dos riscos que enfrentava. Costumava dizer que cada missão era uma oportunidade de servir com honra, mesmo sabendo que poderia não voltar.

Durante a operação, que mobilizou mais de 2.500 agentes e contou com o uso de blindados, ele foi atingido em confronto com criminosos do Comando Vermelho.

Hoje, enquanto colegas prestam homenagens e familiares se despedem, sua história é lembrada como a de um homem movido pelo dever e pela fé — alguém que, mesmo diante do perigo, manteve a serenidade e confiou suas últimas palavras à oração.

“Continua orando” — a frase que ele enviou à esposa — tornou-se não apenas um pedido, mas também um legado de amor, coragem e esperança que seguirá vivo na memória de quem o amava.

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