O estado do Paraná viveu momentos de intensa dor após a passagem de um tornado devastador que deixou um rastro de mortes e destruição. Entre as vítimas está Claudino Paulino Risso, de 57 anos, cujo sepultamento aconteceu durante um funeral coletivo neste domingo, 9 de novembro. A tragédia mobilizou moradores, autoridades e familiares, que ainda tentam compreender a dimensão da perda.
Claudino foi encontrado morto sob os escombros de sua casa, após o fenômeno atingir a região com extrema violência. Minutos antes, sua filha havia deixado o local com o neto, em busca de segurança, sem imaginar que aquele seria o último momento em que veria o pai com vida. A cena trouxe profunda comoção à comunidade, que presenciou famílias inteiras sendo desmontadas pela força dos ventos.
A viúva de Claudino, Marilda Carvalho, não conteve as lágrimas ao relatar a situação dramática que enfrenta. Abalada, ela resumiu sua dor em poucas palavras, que traduzem o sentimento de tantas outras famílias:
“Hoje eu estou só com as minhas filhas, sem casa, sem marido, sem nada. Não sei o que fazer.”
O desespero de Marilda é apenas um dos muitos relatos de famílias que perderam tudo durante o tornado. Casas foram destruídas, bens arrastados pelo vento e vidas, interrompidas. A tragédia tomou grandes proporções, transformando a manhã de sexta-feira, 7 de novembro, em um verdadeiro cenário de caos.
Em meio à destruição, histórias de sobrevivência ajudam a ilustrar a intensidade do fenômeno. O estudante Eduardo Henrique Zanotto, de 22 anos, contou que, no momento em que o tornado chegou, ele e a mãe correram para o banheiro em busca de abrigo, enquanto o pai permaneceu na casa. O homem só sobreviveu porque conseguiu se proteger debaixo de uma mesa. Relatos como esse mostram o quanto poucos segundos podem separar a vida e a morte durante um evento extremo.
O tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu foi classificado como EF3, com ventos que chegaram a 330 km/h. Segundo especialistas, essa foi a pior tempestade já registrada no Paraná. O fenômeno deixou seis mortos, 773 feridos e destruiu cerca de 90% do município, colocando a cidade em estado de calamidade pública.
Após o desastre, equipes de resgate, bombeiros e voluntários atuaram sem descanso para retirar pessoas dos escombros, prestar socorro aos feridos e recuperar o que fosse possível das moradias devastadas. Enquanto isso, famílias enfrentam o desafio de encontrar abrigo e iniciar o longo processo de reconstrução.
O velório de Claudino e de outras três vítimas ocorreu no Salão Comunitário de Campo do Bugre, marcado por grande comoção. Na mesma região, famílias como a de Eduardo buscam respostas e meios de reconstruir suas vidas em meio ao cenário devastador.
As autoridades seguem mobilizadas, avaliando danos e planejando medidas emergenciais para auxiliar os moradores. Mais informações sobre a tragédia e ações de apoio deverão ser divulgadas ao longo dos próximos dias.
A dor das famílias do Paraná ecoa por todo o país, que acompanha, com solidariedade, mais esse momento difícil provocado pela força imprevisível da natureza.