O município de Dourados, no Mato Grosso do Sul, viu sua rotina ser engolida por um clima de perplexidade e horror após a confirmação da morte do padre Alexsandro da Silva Lima, de 44 anos. O religioso, desaparecido desde a noite de sexta-feira (14/11), foi encontrado no sábado enrolado em um tapete, abandonado em uma área de mata e com claros sinais de violência. A brutalidade do crime abala a comunidade católica e toda a região.
O caso, agora oficialmente tratado pela Polícia Civil como latrocínio — roubo seguido de morte —, expõe uma sequência de acontecimentos de extrema frieza. De acordo com informações divulgadas pela investigação, o ataque ao padre teria acontecido dentro da própria casa. Uma linha de apuração inicial aponta que Alexsandro foi golpeado até a morte com um martelo, antes de ter o corpo envolvido em um tapete e transportado para a zona rural de Dourados, onde foi descartado como se fosse um objeto sem valor. A violência e o desrespeito ao corpo da vítima chocaram até os investigadores experientes.
O desaparecimento do padre mobilizou rapidamente familiares, fiéis e autoridades. A falta de contato desde a noite de sexta-feira foi o primeiro alerta. Horas depois, o desfecho assustador começou a ser revelado quando o Jeep Renegade do religioso foi localizado circulando pela cidade. No interior do veículo, estavam dois homens, que foram detidos em flagrante pelo Setor de Investigações Gerais (SIG).
A abordagem policial não exigiu muito esforço investigativo: os suspeitos confessaram o crime. Segundo a polícia, com eles foram encontrados pertences pessoais do padre, o martelo possivelmente utilizado no assassinato e uma faca. Sem margem para dúvidas, os dois homens detalharam sua participação. Em depoimento, afirmaram que a intenção inicial era roubar dinheiro, joias e o carro do religioso. Porém, de acordo com a confissão, a situação escalou rapidamente para violência extrema. Um deles assumiu a autoria do homicídio, enquanto o outro admitiu participação na ocultação do corpo.
A morte do padre Alexsandro deixa fielmente exposta uma realidade desconfortável: mesmo figuras religiosas, dedicadas ao serviço comunitário, não estão imunes à brutalidade do crime. A Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Douradina, onde o padre atuava como pároco, decretou luto e pediu orações. Fiéis relatam choque, incredulidade e indignação com a forma cruel como a vida do sacerdote foi interrompida.
A Polícia Civil segue aprofundando as investigações para entender todo o contexto do crime, incluindo a possibilidade de planejamento, a motivação real e a participação exata de cada envolvido. O caso deixou marcas intensas não apenas pela violência, mas pelo simbolismo: um homem dedicado à fé e ao acolhimento teve seus últimos momentos dominados por medo, agressão e completa desumanidade.