O sudoeste do Paraná amanheceu neste domingo (16) com a notícia de um acidente devastador que evidenciou, mais uma vez, o quão impiedoso pode ser o trânsito brasileiro. Na BR-158, em Vitorino, uma colisão frontal entre o ônibus da conhecida Banda Planeta Som, de Santa Catarina, e um automóvel deixou um morto e vários feridos, interrompendo uma viagem que deveria ser apenas mais um retorno após um show.
O motorista do carro, que bateu de frente com o ônibus, morreu ainda no local. Uma passageira que estava com ele foi socorrida em estado gravíssimo, lutando pela vida. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o acidente ocorreu durante a madrugada, momento crítico para motoristas que enfrentam vias movimentadas sob cansaço, visibilidade reduzida e reflexos lentos — um terreno fértil para tragédias.
O impacto da batida foi descrito como brutal. A força da colisão fez com que o ônibus perdesse totalmente o controle e seguisse uma trajetória desgovernada, que amplificou ainda mais o estrago: o veículo saiu da pista, atingiu um poste, colidiu com um carro estacionado e só parou após invadir a garagem de uma residência próxima à rodovia. O cenário deixado para trás foi de destruição — veículos retorcidos, destroços espalhados, marcas profundas de frenagem e a sensação de que a madrugada havia sido interrompida por segundos de completo caos.
A banda, que retornava de uma apresentação no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Rodeio da Amizade, em Pato Branco, seguia para Quilombo (SC), onde cumpriria outra agenda. Entre os feridos estão o motorista e proprietário da banda e a esposa dele, que ficaram presos às ferragens por cerca de 2h30 até serem resgatados pelo Corpo de Bombeiros. Ambos sofreram fraturas nas pernas e foram levados para atendimento médico pelo Samu. Outros quatro integrantes também ficaram feridos, com quadro considerado moderado, e foram encaminhados para hospitais da região.
Informações da PRE indicam que o acidente foi provocado por uma ultrapassagem mal calculada realizada pelo motorista do carro, que invadiu a pista contrária no instante em que o ônibus se aproximava em sentido oposto. Foi um erro de segundos, mas de proporções devastadoras — uma decisão que custou uma vida e mudou completamente o destino de todos os envolvidos.
A rodovia ficou totalmente interditada por cerca de uma hora para o trabalho das equipes de resgate, remoção e perícia. O tráfego só foi restabelecido após a organização de desvios em ruas paralelas. Até o momento, nenhuma das identidades das vítimas foi divulgada oficialmente.
O acidente evidencia, de forma dura e incontestável, o perigo das ultrapassagens arriscadas — manobras que transformam rodovias em território de risco extremo. Em uma madrugada que deveria terminar em descanso, o palco foi de desespero, fraturas, sirenes e luto. Uma lembrança desconfortável de que, nas estradas brasileiras, basta um único erro para destruir vidas, agendas, carreiras e famílias inteiras.