O que começou como mais uma noite comum na casa de Carolina Silva, em Manaus (AM), terminou em uma corrida desesperada para o pronto-socorro e em momentos de aflição que nenhuma mãe está preparada para enfrentar. Sua filha, Lohana, de apenas 2 anos, quase perdeu o braço após ter a circulação sanguínea interrompida por elásticos de cabelo.
Carolina explica que sempre tira os elásticos do cabelo da menina antes de colocá-la para dormir, evitando desconforto e risco de enroscar os fios durante a noite. Porém, naquela noite, a rotina familiar se alterou. Lohana estava agitada e demorou a pegar no sono — e, no cansaço, a mãe acabou não retirando os acessórios.
Mas foi a própria criança que, já adormecendo, tomou uma iniciativa inesperada.
“Ela deve ter pensado: ‘Vou fazer o trabalho que a mamãe esqueceu’. Pegou os três elásticos e colocou no bracinho”, relatou Carolina ao g1.
Poucos minutos depois, o clima mudou completamente. A menina começou a se remexer na cama, chorando de dor e demonstrando grande incômodo. A princípio, Carolina acreditou que Lohana tivesse apenas se assustado com algum sonho. Mas ao tocá-la, percebeu imediatamente que havia algo terrivelmente errado.
“A mão estava gelada, inchada e roxa, parecia que ia explodir. Ela não conseguia mexer os dedinhos e o bracinho estava molinho”, descreveu.
Em pânico, a mãe correu com a filha para o pronto-socorro. Ao ser atendida, recebeu a notícia que jamais imaginaria ouvir: se o atendimento tivesse atrasado mais alguns minutos, a menina poderia ter perdido o braço. Segundo os profissionais de saúde, a compressão prolongada por elásticos bloqueou a circulação sanguínea e colocou em risco todo o membro.
Lohana foi tratada rapidamente, e os médicos conseguiram restabelecer o fluxo sanguíneo antes que danos irreversíveis ocorressem. Mesmo assim, a pequena passou dias com hematomas e dor.
O episódio, traumático para a família, se transformou em um alerta. Carolina decidiu compartilhar o caso nas redes sociais para que outras mães entendam o perigo, muitas vezes silencioso, que objetos aparentemente inofensivos podem representar.
“Não contei para expor minha filha, mas para alertar outras mamães sobre o perigo que passei”, escreveu.
O caso chamou atenção pela imprevisibilidade — não houve negligência, não houve descuido intencional. Foi uma rotina alterada, um pequeno detalhe que passou despercebido e um gesto inocente de uma criança que queria ajudar.
Especialistas reforçam que objetos que comprimem a circulação, como elásticos, pulseiras, fios, tecidos enrolados e até fraldas muito apertadas, podem representar risco para bebês e crianças pequenas, que ainda não conseguem relatar a dor com clareza.
Para Carolina e Lohana, o alívio prevaleceu após o susto. Mas o episódio fica como alerta poderoso a todas as famílias: o perigo às vezes está silencioso, escondido em pequenos detalhes da rotina.