Jovem de 18 anos revela motivo de ter tirado a vida de padre e polícia expõe operação calculada do grupo de amigos

O Mato Grosso do Sul segue abalado após a revelação de detalhes do assassinato do padre Alexsandro da Silva Lima, de 43 anos — um crime que saiu do campo do mistério para um roteiro frio e minuciosamente articulado. O jovem Leanderson de Oliveira Júnior, de 18 anos, confessou ter matado o religioso e descreveu todo o percurso que o levou do encontro à execução do crime, da fuga ao descarte do corpo, e da tentativa de encobrir a morte com o apoio de amigos.

Em depoimento à Polícia Civil, Leanderson afirmou ter agido para “se defender” após, segundo ele, ter sido forçado a praticar sexo oral pelo padre. Apesar da alegação, os investigadores tratam o episódio como latrocínio — roubo seguido de morte — sustentando que o objetivo inicial era se apoderar do veículo da vítima, um Jeep Renegade, que seria vendido no Paraguai por aproximadamente R$ 40 mil.

A apuração aponta que o jovem já havia estado na casa do padre dois dias antes do crime. Ele teria retornado na sexta-feira (14) já disposto a deixar o local dirigindo o carro do religioso — mesmo que isso significasse matar. A forma como descreveu o assassinato impressionou os investigadores: Leanderson disse ter usado uma marreta e uma faca, instrumentos que reforçam o caráter brutal do ato.

Após o homicídio, a frieza continuou. Segundo o próprio depoimento, Leanderson tomou banho na casa da vítima, como se estivesse encerrando uma etapa antes de prosseguir com o plano. Em seguida, buscou a namorada e reuniu um grupo de cúmplices — João Victor Martins Vieira (18) e três adolescentes, entre eles um amigo de 17 anos.

Todos ajudaram na sequência de crimes que se seguiu: limpeza da cena, furto de objetos da residência, enrolar o corpo do religioso em um tapete, colocar o cadáver no porta-malas e usar o carro do padre para circular pela cidade enquanto decidiam onde abandonariam o corpo. Foram horas de deslocamento, como se a morte não fosse um acontecimento trágico, mas parte de uma rotina calculada.

O padre só foi dado como desaparecido quando um morador encontrou seu celular. A partir daí, a investigação avançou com rapidez. Com imagens de câmeras, relatos e rastreamento eletrônico, a polícia localizou o grupo poucas horas depois do crime. Eles foram encontrados em um mercado, ainda com o veículo roubado.

Leanderson foi preso em flagrante e vai responder por latrocínio, ocultação de cadáver e fraude processual. Os quatro cúmplices também foram detidos, cada qual enquadrado pelos crimes de furto, ocultação de cadáver e fraude processual.

A investigação segue, e a sociedade aguarda respostas que esclareçam não apenas como a morte ocorreu — mas por que um grupo de jovens foi capaz de agir com tamanha violência, frieza e planejamento.

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