A Trilha do Matadeiro, localizada no sul de Florianópolis, é conhecida por sua beleza natural, seus trechos de mata atlântica preservada e pelo grande fluxo de turistas e moradores que buscam contato com a natureza. Na sexta-feira, porém, o local se tornou cenário de um caso que surpreendeu a comunidade e reforçou discussões sobre a segurança de mulheres em espaços públicos.
Na manhã do mesmo dia, foi encontrado o corpo de Catarina Kasten, de 31 anos, estudante de pós-graduação em Inglês na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A jovem havia saído de casa por volta das 6h50, segundo relato do companheiro, para ir a uma aula de natação. O desaparecimento chamou a atenção quando seu retorno demorou mais do que o habitual.
Ao perceber a ausência prolongada, o companheiro acionou a Polícia Militar, que iniciou buscas imediatamente. A mobilização contou também com moradores e frequentadores da região, que participaram compartilhando mensagens em grupos comunitários e relatando ter encontrado pertences espalhados ao longo da trilha.
As informações contribuíram para ampliar a área de busca. Ainda durante o período da manhã, dois homens que passavam pela trilha localizaram o corpo e notificaram as autoridades. A área foi isolada e peritos iniciaram os procedimentos técnicos para preservar evidências e compreender a dinâmica do ocorrido.
Segundo as primeiras apurações, imagens de câmeras próximas à região auxiliaram as equipes na identificação de um homem que havia circulado pelo local em horário compatível com o desaparecimento de Catarina. A Polícia Militar conseguiu localizar o suspeito, e na residência onde ele estava foram identificadas peças de roupa que seriam compatíveis com o material analisado pela investigação. Ele foi preso em flagrante e conduzido à Central de Plantão Policial.
A morte de Catarina provocou grande repercussão entre estudantes, professores e amigos. Em nota oficial, a Universidade Federal de Santa Catarina lamentou profundamente a perda e reforçou seu compromisso com iniciativas de combate à violência contra as mulheres. A instituição também anunciou um ato público em homenagem à estudante, marcado para sábado às 7h, na Igreja da Armação — momento voltado à preservação da memória da jovem e à reivindicação por mais segurança em espaços de convivência e lazer.
O caso reacende debates importantes sobre a proteção de frequentadores de trilhas, parques e áreas de grande circulação, especialmente mulheres que utilizam esses locais sozinhas. Especialistas destacam a necessidade de ações que integrem segurança pública, comunidade e programas de prevenção, garantindo que ambientes naturais permaneçam acessíveis e seguros para todos.
As investigações seguem em andamento para esclarecer todas as circunstâncias e consolidar as provas coletadas. Enquanto isso, moradores e visitantes da região permanecem atentos e esperam que avanços na proteção de espaços públicos também se tornem prioridade.