Identificado o detento responsável por incêndio em presídio que causou 7 mortes; ele está em estado grave

Um dia após o incêndio que tirou a vida de sete detentos no Centro de Detenção Provisória de Marília (SP), novas informações vieram à tona e revelam quem foi o responsável por iniciar o fogo dentro da cela. O causador da tragédia foi identificado como Leandro Inácio da Silva, de 33 anos, que também ficou gravemente ferido na ocorrência.

Segundo registros judiciais e dados da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), Leandro cumpria pena de 2 anos e 4 meses por furto qualificado. O crime que o levou à prisão foi cometido em Bauru, onde ele invadiu a residência de um ex-delegado e furtou objetos de valor, como joias, bebidas e perfumes. Essa, entretanto, não era sua primeira passagem pelo sistema prisional — Leandro é reincidente por delitos de furto.

As investigações apontam que o detento estava vivendo uma mudança significativa em sua trajetória dentro do presídio. Em junho de 2024, ele havia conquistado o direito ao regime semiaberto, graças ao que foi classificado como “boa conduta”. No entanto, essa condição durou pouco: em outubro, após cometer uma falta disciplinar grave, o benefício foi suspenso e ele retornou ao regime fechado.

A regressão de regime teria provocado instabilidade emocional no preso, segundo documentos internos. Desde 21 de outubro, Leandro havia sido transferido para o CDP de Marília — a mesma unidade onde o incidente aconteceu. O que chama atenção é que, um dia antes da tragédia, houve uma nova movimentação em seu processo administrativo, registrada no dia 24 de novembro. Na manhã seguinte, 25 de novembro, o incêndio foi iniciado.

De acordo com a investigação preliminar, Leandro teria ateado fogo à própria cela, onde estavam outros 13 detentos. As chamas se espalharam rapidamente, impedindo a fuga de vários presos. Leandro ficou entre os feridos mais graves e foi encaminhado sob custódia ao Hospital das Clínicas (HC) de Marília, onde permanece internado com queimaduras extensas.

Agora, a Polícia Civil trabalha para entender o que motivou o ato extremo. Duas linhas de investigação são consideradas: a possibilidade de que o incêndio tenha relação com a frustração pela regressão de regime ou conflitos internos com outros detentos na cela.

Enquanto isso, as famílias das sete vítimas fatais enfrentam dor e incerteza. Os corpos ainda aguardam liberação, e informações mais detalhadas sobre o estado dos feridos e sobre o andamento das investigações devem ser divulgadas nos próximos dias.

A tragédia reabre discussões sobre superlotação, tensão carcerária e saúde mental dentro do sistema prisional brasileiro, temas recorrentes e ainda sem solução definitiva.

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