A morte do pequeno Benício Xavier de Freitas, de apenas 6 anos, abalou profundamente a população de Manaus e levantou questionamentos sobre falhas na administração de medicamentos em ambiente hospitalar. A família afirma que o menino foi vítima de erro médico no Hospital Santa Júlia, onde deu entrada no sábado (23 de novembro) com sintomas leves, semelhantes à laringite.
O caso está atualmente sob investigação da Polícia Civil do Amazonas, que já abriu boletim de ocorrência e iniciou a coleta de depoimentos.
⚠ Entrada no hospital e suspeita de negligência
De acordo com os relatos da família, Benício chegou ao hospital apresentando tosse seca e dificuldade respiratória. Mesmo sendo um quadro considerado de baixa gravidade, a equipe médica teria administrado adrenalina por via intravenosa em dose considerada incompatível com a condição do menino.
O pai, Bruno Freitas, relatou que a prescrição médica indicava três doses de 3 ml de adrenalina intravenosa, aplicadas a cada 30 minutos — um procedimento que nunca havia sido utilizado anteriormente no filho, que sempre fazia apenas nebulizações com o medicamento.
A reação após a primeira aplicação foi imediata e devastadora.
“Ele empalideceu, colocou a mão no peito, começou a sentir dor. Foi um desespero. Levaram ele correndo para a sala vermelha”, desabafou o pai.
🚨 Quadro evoluiu rapidamente para paradas cardíacas
Após ser transferido para a UTI, Benício piorou ainda mais. A equipe médica optou pela intubação, momento em que a criança sofreu sucessivas paradas cardíacas. O pai conta que presenciou tudo:
“Eu vi meu filho com sangue na boca. Ele tinha tido três paradas, depois mais uma, e outra. Eu me ajoelhei, pegava no pezinho dele, orando, pedindo para ele voltar. E ele voltou.”
Segundo o relato, o menino sofreu seis paradas cardíacas entre a noite de sábado e a madrugada de domingo (24). Às 2h55 da manhã, Benício não resistiu à última tentativa de reanimação.
🩺 Reconhecimento de erro e falha no procedimento
A família afirma que a médica responsável teria admitido que houve erro no processo e alegado falha do sistema e da equipe de enfermagem. Porém, segundo os pais, a prescrição estava assinada pela profissional e constava de maneira clara na documentação entregue aos responsáveis.
O caso reacende debates sobre:
🔹 segurança de protocolos em hospitais
🔹 dosagens pediátricas de alta complexidade
🔹 supervisão e responsabilidade técnica na administração de medicamentos
⚖ Investigações em andamento
A Polícia Civil já iniciou a apuração do caso. Depoimentos estão sendo coletados, incluindo da equipe médica e de enfermagem que estava de plantão.
Enquanto isso, a dor dos pais se mistura com o clamor por justiça.
“Só queremos a verdade. Nada traz o Benício de volta, mas isso não pode acontecer com outra criança”, afirmou Bruno Freitas.
O Hospital Santa Júlia, até o momento, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a denúncia.
A cidade acompanha com tristeza e indignação os desdobramentos desse caso que evidencia, mais uma vez, a importância do rigor nos cuidados médicos, principalmente em pacientes infantis.