O episódio registrado no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, em João Pessoa, na manhã do dia 30 de novembro, repercutiu em todo o país e levantou diversas reflexões sobre comportamento humano, segurança e saúde mental. O jovem envolvido, de 19 anos, conhecido pelo apelido de “Vaqueirinho”, perdeu a vida após entrar no recinto de uma leoa, em um ato inesperado que surpreendeu visitantes e mobilizou equipes de emergência.
Nos últimos anos, o rapaz havia tido diferentes interações com autoridades policiais. Informações de registros públicos mostram que ele chegou a ser detido várias vezes devido a episódios de conduta incompatíveis com a segurança pública. Em uma ocasião, foi preso duas vezes no mesmo dia: inicialmente por tentar danificar caixas eletrônicos no bairro de Mangabeira e, posteriormente, por lançar pedras contra uma viatura da Polícia Militar, quebrando o para-brisa do veículo.
Mesmo com o histórico de comportamentos que chamaram atenção das autoridades, o jovem foi liberado na sexta-feira, 28 de novembro. Menos de 48 horas depois, um novo capítulo marcaria o fim de sua trajetória. Segundo informações da prefeitura e de testemunhas presentes no zoológico, “Vaqueirinho” escalou uma parede de aproximadamente seis metros, utilizando estruturas laterais e o tronco de uma árvore para acessar o interior do recinto onde estava uma leoa adulta.
A ação aconteceu de forma muito rápida, sem tempo para que as equipes de segurança do parque pudessem intervir. Gravado por visitantes que estavam nas proximidades, o momento gerou grande comoção e impactou profundamente famílias presentes, incluindo crianças que visitavam o zoológico.
A perícia do Instituto de Polícia Científica esteve no local e trabalha para esclarecer todos os detalhes do que levou o jovem a entrar no recinto. Informações preliminares apontam para a possibilidade de que ele estivesse em estado emocional instável no momento da invasão, hipótese que permanece sob investigação.
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Após o ocorrido, o zoológico foi temporariamente fechado para análises técnicas e revisão dos protocolos de segurança, ainda que — segundo comunicado oficial da Prefeitura de João Pessoa — todas as normas de proteção estavam sendo rigorosamente seguidas. A administração municipal manifestou solidariedade aos familiares do jovem.
O caso reacende discussões importantes sobre cuidados com a saúde mental e acompanhamento de pessoas que apresentam comportamentos de risco. Especialistas apontam que episódios impulsivos podem surgir em contextos de instabilidade emocional, reforçando a importância de apoio psicológico, prevenção e políticas sociais que auxiliem jovens vulneráveis.
A história de “Vaqueirinho” se encerra de maneira triste e inesperada, e deixa questionamentos acerca de como a sociedade pode atuar de forma mais ampla para oferecer suporte a indivíduos em situação de fragilidade — antes que decisões extremas resultem em consequências irreversíveis.