Um caso inusitado e revoltante chamou a atenção das autoridades em São Paulo na última quarta-feira (08/10). Um jovem de 22 anos forjou o próprio sequestro com o objetivo de extorquir dinheiro da própria mãe, uma mulher de 46 anos moradora da zona leste da capital paulista. A tentativa, no entanto, acabou frustrada após a mãe desconfiar e procurar ajuda policial.
De acordo com a Delegacia Antissequestro de São Paulo, o rapaz havia saído de casa dizendo que iria trabalhar, mas nunca chegou ao destino informado. Pouco tempo depois, a mãe começou a receber mensagens no celular supostamente enviadas pelos sequestradores, que diziam estar mantendo o jovem em cativeiro e exigiam dinheiro para libertá-lo.
Assustada, mas cautelosa, a mulher decidiu não negociar diretamente com os criminosos. Em vez disso, procurou imediatamente a polícia e apresentou o celular com todas as mensagens de ameaça. Esse foi o passo que permitiu que os investigadores começassem a rastrear a origem da comunicação.
Durante as apurações, a polícia descobriu que o suposto sequestrado não estava em risco algum. Ele havia se deslocado para São Bernardo do Campo, na região metropolitana, e estava em liberdade total — sem qualquer sinal de violência ou coação.
Com base nas informações coletadas, os investigadores concluíram que o próprio jovem havia enviado as mensagens para a mãe, tentando se passar por criminosos para obter dinheiro de forma fraudulenta. O valor exigido pelos falsos sequestradores não foi revelado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), que confirmou o caso, mas optou por não divulgar esse detalhe.
Após a constatação da farsa, o registro inicial de sequestro foi descartado e o caso passou a ser tratado como estelionato — crime previsto no artigo 171 do Código Penal Brasileiro, com pena que pode variar de 1 a 5 anos de prisão, dependendo do agravamento da situação.
A motivações do jovem não foram divulgadas oficialmente, mas o episódio reacende o debate sobre o impacto de golpes virtuais e criativos no cotidiano, inclusive dentro do próprio núcleo familiar. Especialistas alertam que esse tipo de fraude, embora pareça absurda, tem se tornado mais comum, especialmente entre jovens endividados ou envolvidos em apostas e jogos online.
A mãe, que acreditou estar prestes a perder o filho, agora precisa lidar com uma decepção ainda maior: saber que o próprio filho tentou enganá-la por dinheiro. O caso segue em apuração, e a justiça deverá determinar as medidas legais cabíveis.