Um caso ocorrido na manhã desta quarta-feira (29) gerou grande comoção em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). Uma menina de 4 anos foi levada ao Hospital Santo Antônio em estado gravíssimo, após ter sido socorrida pelo padrasto, que afirmou aos médicos que ela teria sofrido uma convulsão repentina dentro de casa.
No entanto, os profissionais que atenderam a criança perceberam sinais incompatíveis com o relato apresentado, o que levou à comunicação imediata à Polícia Militar. O homem, de 31 anos, foi preso em flagrante e encaminhado à delegacia da cidade para prestar depoimento.
De acordo com o laudo médico preliminar, a menina apresentava múltiplas lesões recentes, além de sinais de traumatismo craniano. Durante o atendimento de emergência, ela chegou a sofrer uma parada cardiorrespiratória, mas foi reanimada com sucesso pela equipe médica. Mesmo assim, o estado de saúde permanece extremamente delicado, e a criança segue internada na UTI pediátrica, sob acompanhamento contínuo.
A mãe da menina contou à polícia que saiu para trabalhar ainda durante a madrugada, por volta das 3h30, deixando a filha sob os cuidados do companheiro, com quem vive há aproximadamente dois anos. Já pela manhã, por volta das 7h30, o homem teria telefonado avisando que a criança apresentava convulsões e a levou a um posto de saúde, de onde foi transferida ao hospital devido à gravidade da situação.
Durante a avaliação, a pediatra responsável pelo atendimento percebeu que as marcas no corpo da criança não correspondiam às explicações do padrasto. Além disso, verificou-se que a menina já havia sido atendida no início do mês após uma suposta queda, mas os novos ferimentos não tinham relação com o episódio anterior.
O suspeito negou qualquer tipo de agressão e disse que tentou socorrer a menina ao notar o mal-estar. Mesmo assim, foi autuado por lesão corporal grave e levado ao Presídio Regional de Blumenau. O celular do homem foi apreendido para perícia, e as investigações estão sob responsabilidade da Polícia Civil, que busca esclarecer todos os detalhes.
A mãe foi ouvida e liberada após prestar depoimento. O Conselho Tutelar e a assistência social do município acompanham o caso e oferecem suporte à família.
O episódio reacende o debate sobre a necessidade de atenção aos sinais de possível violência doméstica, especialmente em situações que envolvem crianças pequenas. Autoridades reforçam que, diante de qualquer suspeita, é essencial denunciar imediatamente por meio do Disque 100, canal nacional de proteção aos direitos da criança e do adolescente.