Um caso registrado no interior de São Paulo chamou atenção pela gravidade e pelas circunstâncias incomuns envolvendo a tentativa de acesso indevido a uma conta bancária. Um homem foi preso após cortar o dedo da própria mãe, já falecida, com a intenção de utilizar a biometria dela em um banco para movimentar dinheiro.
A ocorrência aconteceu na última semana, depois que a mãe, uma idosa cuja identidade está sendo preservada, veio a falecer por causas naturais em casa. Segundo as investigações, assim que o óbito foi constatado, o filho teria decidido usar o dedo da mãe para acessar a conta bancária dela — possivelmente para realizar transferências ou saques. A Polícia Civil trabalha para descobrir se o suspeito pretendia obter todo o saldo ou apenas parte do valor.
O homem se dirigiu a uma agência bancária da região com o dedo da mãe preservado. Funcionários perceberam algo estranho durante a tentativa de autenticação biométrica e acionaram a polícia imediatamente. A atitude evitou que qualquer operação financeira fosse concretizada.
Ao ser detido, o suspeito alegou que precisava do dinheiro para cobrir despesas e que não sabia como proceder após a morte da mãe. De acordo com os agentes, porém, ele tinha plena consciência de que o procedimento era ilegal, já que o acesso à conta de uma pessoa falecida só pode ocorrer mediante inventário, autorização judicial ou procuração válida emitida em vida.
O corpo da idosa foi localizado posteriormente pelos investigadores. A perícia confirmou que a retirada do dedo ocorreu após a morte, o que exclui qualquer envolvimento com violência anterior ao falecimento. Ainda assim, o ato configura violação de cadáver, além de tentativa de estelionato.
O homem permanece preso e responderá pelos crimes de violação de sepultura ou cadáver, furto qualificado e tentativa de fraude bancária. A pena pode ser ampliada devido à continuidade delitiva envolvendo instituições financeiras.
O caso levantou debates entre profissionais do direito sobre a necessidade de maior orientação à população em relação aos trâmites legais após a morte de um familiar. Muitas pessoas não sabem que contas bancárias ficam bloqueadas judicialmente até a conclusão do inventário e que movimentá-las sem autorização, mesmo com boas intenções, é considerado crime.
A instituição financeira emitiu uma nota destacando que os sistemas de identificação e monitoramento funcionaram corretamente, impedindo a fraude. A Polícia Civil segue acompanhando o caso até a conclusão do inquérito.