Vítima teria adquirido o medicamento por conta própria; autoridades reforçam importância do acompanhamento médico
A morte de Jéssica Manuela, de 31 anos, gerou forte comoção e acendeu um alerta sobre o uso indiscriminado de medicamentos injetáveis popularmente conhecidos como “canetas para emagrecer”. O caso ocorreu em Santa Catarina e tem sido amplamente discutido por profissionais de saúde, que destacam os riscos do uso de substâncias controladas sem orientação médica.
Segundo informações de veículos locais, a jovem teria iniciado o uso do medicamento por conta própria, sem acompanhamento especializado. O produto, originalmente indicado para o tratamento de diabetes tipo 2 e, em alguns casos, para obesidade, vem sendo utilizado de forma inadequada por pessoas que buscam perda rápida de peso.
Quadro clínico
Jéssica apresentou um grave episódio de hipoglicemia, condição em que os níveis de glicose no sangue caem drasticamente, podendo causar confusão mental, convulsões, perda de consciência e até a morte. Equipes do Samu foram acionadas, mas apesar do atendimento emergencial, a vítima não resistiu.
Durante a intervenção, os profissionais constataram níveis extremamente baixos de glicose no sangue. De acordo com o laudo preliminar, a hipoglicemia teria levado à perda de consciência, possibilitando um quadro de broncoaspiração — quando alimento ou líquidos presentes no estômago invadem as vias respiratórias, podendo provocar asfixia.
Um perito envolvido no caso afirmou que há forte suspeita de que o desfecho esteja relacionado ao uso inadequado do medicamento, reforçando a gravidade dos efeitos colaterais quando o produto é utilizado sem avaliação médica.
Riscos e uso indevido
As chamadas “canetas para emagrecer” vêm ganhando popularidade nas redes sociais, sendo frequentemente compartilhadas como alternativa rápida para redução de peso. Contudo, especialistas alertam que esses medicamentos não são indicados para uso estético e podem desencadear uma série de efeitos adversos graves, incluindo:
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Náuseas e vômitos intensos
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Tonturas
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Distúrbios gastrointestinais
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Alterações metabólicas
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Hipoglicemia severa
Além disso, a automedicação pode mascarar sintomas de doenças pré-existentes, dificultando o diagnóstico e aumentando o risco de complicações.
Alerta das autoridades
O caso reforça a necessidade de conscientização sobre os perigos da automedicação e da busca por soluções rápidas para emagrecimento. Profissionais da saúde reiteram que qualquer medicamento com potencial ação metabólica deve ser administrado apenas sob supervisão médica, após avaliação clínica completa.
Autoridades locais ainda investigam como a vítima teve acesso ao fármaco e alertam que a venda sem prescrição caracteriza irregularidade. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça que esses medicamentos são de uso controlado e requerem receita.
Reflexão
A morte de Jéssica deixa um importante alerta para a população: o emagrecimento seguro deve estar sempre associado à orientação médica, alimentação equilibrada e hábitos saudáveis. A busca por resultados imediatos não pode colocar a vida em risco.