Um crime devastador abalou o município de Itariri, no interior de São Paulo, na noite de sábado. A tranquilidade habitual do bairro foi rompida por uma ocorrência que mobilizou policiais, socorristas e vizinhos, deixando a comunidade em choque e levantando alertas sobre a escalada de violência doméstica no país. A jovem Letícia Sodré Marciano, de 27 anos, foi morta dentro da própria casa, em um episódio que expôs o enorme risco enfrentado por mulheres em relacionamentos afetivos marcados por instabilidade e controle.
A Polícia Militar foi acionada após vizinhos perceberem movimentação anormal na residência. Quando as equipes chegaram ao endereço, encontraram Letícia já sem vida, vítima de perfurações provocadas por arma branca. As primeiras informações revelaram que o crime teria ocorrido na presença das três filhas da vítima, crianças pequenas que estavam dentro da casa no momento da agressão — fato que tem causado profunda comoção entre familiares e moradores locais.
O principal suspeito, Leandro Silva Santos, de 30 anos, companheiro de Letícia, foi rapidamente incluído no alerta policial. Viaturas em patrulhamento receberam suas características e poucas horas depois o localizaram caminhando às margens da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Ele foi detido e encaminhado à delegacia para prestar esclarecimentos.
Em depoimento, Leandro afirmou ter conhecido Letícia há cerca de seis meses, após um encontro em uma casa noturna do litoral paulista. Segundo ele, o relacionamento era recente e marcado por encontros apenas nos fins de semana. O suspeito relatou que, nos últimos dias, vinha discutindo com a companheira devido a conversas encontradas no celular dela — motivo que teria intensificado o clima de desconfiança e tensão.
De acordo com sua versão, durante a discussão do sábado, ambos teriam trocado empurrões antes de ele pegar uma faca que estava sobre uma mesa. A Polícia Civil agora trabalha para determinar se essa narrativa corresponde à realidade dos fatos e se a agressão foi premeditada. As filhas de Letícia, segundo o suspeito, estariam dormindo durante toda a briga; entretanto, pouco depois da tragédia, as crianças buscaram ajuda com vizinhos, revelando que havia “algo errado com a mãe”.
Uma cunhada da vítima foi até o local, encontrou a cena e acionou imediatamente o Samu, mas a equipe apenas pôde confirmar o óbito. O caso segue sob investigação, e novas diligências devem ser realizadas para reconstruir a dinâmica completa do crime, incluindo perícia na arma utilizada e análise dos celulares do casal.
A morte de Letícia reacende discussões urgentes sobre violência doméstica, proteção familiar e mecanismos de denúncia. Enquanto a investigação avança, o sentimento predominante entre amigos e familiares é de dor, incredulidade e busca por justiça.