Jovem sofre acidente de carro após festa e acaba sendo abandonada em hospital sozinha

A madrugada que deveria terminar com risadas e retorno para casa se transformou em uma tragédia marcada não apenas por um acidente — mas por um abandono que agora revolta uma família inteira e uma cidade que exige respostas. Laryssa Porto, 30 anos, morreu no Hospital de Pinheiros, no Norte do Espírito Santo, após dar entrada em estado gravíssimo. O detalhe que mais choca não está apenas nas lesões do acidente, mas no fato de que ela chegou com vida… e completamente sozinha.

De acordo com o hospital, Laryssa foi deixada na porta da unidade por um homem que afirmou ser seu companheiro. Ele alegou que a jovem teria caído da carroceria de uma picape enquanto voltavam de uma festa. A versão, entretanto, ainda não foi confirmada pela polícia. O homem permaneceu apenas o tempo suficiente para entregá-la aos cuidados médicos — e, em seguida, desapareceu. Não voltou, não procurou informações, não acompanhou o atendimento, não esperou o desfecho.

A equipe médica relatou que a jovem apresentava múltiplas escoriações pelo corpo, além de ferimentos extensos na cabeça e nos braços, sinais típicos de impacto de alta energia. A situação era crítica desde o primeiro minuto. Foram iniciadas imediatamente as manobras de reanimação, mas apesar dos esforços, Laryssa não resistiu e morreu pouco tempo após ser internada.

O hospital confirmou que nenhum familiar acompanhava a vítima no momento da morte. A notícia devastadora precisou ser comunicada posteriormente à família, que recebeu a informação já sem qualquer possibilidade de despedida ou diálogo final.

O que aconteceu nos minutos — ou horas — anteriores ao acidente permanece cercado de perguntas que a polícia agora tenta responder. O homem que deixou a vítima teria dito aos profissionais de saúde que eles mantinham um relacionamento e retornavam de uma festa quando Laryssa teria caído. No entanto, o comportamento de abandono logo após a chegada ao hospital levanta dúvidas sobre a dinâmica real do ocorrido.

A polícia tenta localizar o homem que estava com ela para ouvi-lo formalmente. O carro utilizado, o trajeto percorrido, o local da suposta queda e eventuais testemunhas estão sendo buscadas para reconstruir os últimos momentos antes do acidente. Investigações também devem considerar se houve omissão de socorro — crime previsto no Código Penal — e se o atendimento à vítima poderia ter sido comprometido pelo atraso entre o acidente e a chegada ao hospital.

Enquanto isso, amigos e familiares de Laryssa usam as redes sociais para homenageá-la e, ao mesmo tempo, pedir justiça. A dor é atravessada por uma frase que se repete entre aqueles que conviviam com ela:

“A morte foi trágica, mas o abandono doeu ainda mais.”

O velório da jovem está previsto para ocorrer no município de origem da família, ainda sem horário confirmado. A investigação segue e, até agora, mais perguntas do que respostas cercam a morte de uma mulher que, no momento mais vulnerável da vida, não tinha ninguém ao lado.

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