Ipueira viveu, nos últimos dias, uma experiência que ficará marcada para sempre na memória da população. Na quinta-feira (20), familiares, amigos e moradores de todo o município se uniram em um momento de dor coletiva para se despedir de Maria de Fátima, de apenas 12 anos, após a confirmação de morte cerebral no Hospital Regional do Seridó, em Caicó. A notícia foi recebida por volta das 13h e trouxe à cidade um silêncio difícil de descrever.
A jovem havia sofrido um acidente de bicicleta na segunda-feira (18), no conjunto Luiz Nobile. Ao chegar em casa, apresentou mal-estar e relatou dor de cabeça, o que deixou a família em alerta. Ela foi rapidamente encaminhada à unidade de saúde de Ipueira e, diante da gravidade do quadro, transferida para Caicó. Desde então, uma corrente de oração se formou entre moradores, amigos e até pessoas de cidades vizinhas, que acompanhavam cada atualização com esperança de melhora.
Foram três dias de vigília emocional. A cada amanhecer, a comunidade buscava boas notícias e enviava mensagens de apoio à família. Em praças, igrejas e redes sociais, o nome de Maria de Fátima se tornou símbolo de fé e união. Mesmo quem não a conhecia pessoalmente se sensibilizou com a luta dela.
Quando a confirmação da morte cerebral chegou, o clima da cidade se transformou imediatamente. A dor individual tornou-se dor coletiva. Mensagens que horas antes pediam recuperação passaram a se transformar em homenagens e despedidas. As redes sociais de moradores, escolas e páginas locais se encheram de fotos, lembranças e textos emocionados.
A Prefeitura de Ipueira, por meio do prefeito Ademir, divulgou uma nota oficial lamentando profundamente a perda. No comunicado, o gestor destacou que a cidade “perde uma criança querida, cheia de luz, que fazia parte do cotidiano e do coração da comunidade”. A mensagem também reforçou solidariedade à família, convidando a população a permanecer unida neste momento tão difícil.
Pelas ruas, cartazes com a imagem da menina surgiram como forma de carinho e respeito. Amigos, colegas de escola e vizinhos participam de ações de apoio à família, que se encontra em um período de dor profunda, mas cercada pela solidariedade de todos.
Maria de Fátima deixa lembranças de leveza, alegria e convivência amorosa — e foi justamente essa memória afetiva que fez a cidade inteira se mobilizar. A forma como Ipueira se uniu durante os dias de luta da menina e, agora, em sua despedida, demonstra o quanto a presença dela foi marcante, mesmo em apenas 12 anos de vida.
A perda é irreparável, mas o sentimento coletivo que se formou nos últimos dias mostra que, mesmo nos momentos mais difíceis, uma comunidade pode se fortalecer e demonstrar amor através do apoio mútuo.