Um episódio de extrema gravidade ocorrido em Goiânia, capital de Goiás, vem chamando a atenção das autoridades e da população local. Durante uma discussão dentro da residência do casal, uma mulher ateou fogo no próprio marido, provocando queimaduras severas. O caso, registrado em vídeo pela própria vítima, gerou forte comoção e está sob investigação da Polícia Civil.
Segundo informações divulgadas, o crime aconteceu após um desentendimento doméstico. Nas imagens, é possível visualizar a suspeita deixando o quarto onde ambos estavam e retornando com uma garrafa de álcool e um isqueiro. Em seguida, ela se aproxima do marido, que estava deitado na cama, e provoca as chamas. Ferido, o homem tenta escapar enquanto o fogo se espalha rapidamente pelo cômodo.
A vítima sofreu queimaduras graves, principalmente no tórax e nas mãos, e permanece internada em estado delicado. Queimaduras de segundo e terceiro grau, como as identificadas, demandam cuidados intensivos, podendo implicar longos períodos de internação, risco de infecções, múltiplas cirurgias reconstrutivas e possíveis sequelas permanentes.
Após o ataque, a mulher tentou fugir. Segundo o registro policial, ela foi localizada ainda no imóvel, com malas prontas, e acabou detida em flagrante. O caso chamou atenção pelo nível de violência, principalmente por ter ocorrido no contexto de um relacionamento de longa duração.
Investigação e desdobramentos legais
As autoridades informaram que o casal estava junto havia 16 anos e tinha dois filhos. A motivação do crime ainda está sendo apurada. Em depoimento, a suspeita afirmou que não pretendia matar o marido, alegando que queria apenas “assustá-lo”. Entretanto, essa versão será confrontada com as imagens registradas e com testemunhos.
A delegada responsável pelo caso destacou que, diante do que já foi apurado, há indícios suficientes para enquadrar o ato como tentativa de homicídio qualificado, possivelmente por motivo fútil e meio cruel. O Ministério Público solicitou a manutenção da prisão preventiva da suspeita durante a audiência de custódia, mas o pedido não foi acatado. Em vez disso, o juiz determinou a aplicação de medidas cautelares.
O inquérito também colheu relatos da vítima sobre um episódio anterior, ocorrido há cerca de quatro anos, no qual ele teria sido ferido pela companheira. Vizinhos deverão ser ouvidos para ajudar a esclarecer se havia histórico de violência familiar.
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Repercussão e prevenção
O caso reacende discussões sobre violência doméstica e a importância de mecanismos de proteção às vítimas. Situações de abuso psicológico, físico ou ameaças dentro de casa exigem atenção imediata, tanto de órgãos de segurança quanto de familiares e da comunidade. Em muitos episódios, a falta de denúncia ou o medo de retaliação favorecem a continuidade do ciclo de violência.
Especialistas ressaltam a necessidade de acompanhamento psicológico para vítimas e familiares, além do acesso a serviços de acolhimento. Quando há risco iminente, a denúncia pode ser feita por meio do número 190, da Polícia Militar, ou pelo Disque 180, serviço nacional de atendimento a vítimas de violência doméstica.
O desfecho da investigação será determinante para a definição de eventuais punições à agressora. Enquanto isso, o marido luta pela recuperação, e o caso permanece em destaque pela brutalidade e pelo alerta que representa sobre conflitos familiares que podem evoluir para tragédias.