Roer as unhas pode ser mais perigoso do que parece: entenda os riscos da onicofagia e como tratar

Roer as unhas é um hábito que muita gente carrega desde a infância — muitas vezes sem perceber. No entanto, o que parece apenas uma mania inofensiva pode esconder um transtorno comportamental sério: a onicofagia.

A onicofagia é caracterizada pelo ato compulsivo e repetitivo de roer as unhas e, em muitos casos, também a pele ao redor delas. Trata-se de um transtorno do controle do impulso, o mesmo grupo em que se enquadram comportamentos como arrancar cabelos (tricotilomania) ou cutucar a pele de forma excessiva (dermatilomania). O problema pode afetar crianças, adolescentes e adultos, e costuma surgir em momentos de ansiedade, estresse, nervosismo ou tédio.

Apesar de muitas pessoas tratarem o hábito com naturalidade, os efeitos da onicofagia podem ser prejudiciais à saúde física e emocional. Do ponto de vista estético, as unhas ficam curtas, irregulares e com aparência danificada. No entanto, o maior risco está nas complicações médicas que o comportamento pode causar.

Entre os problemas mais comuns estão as infecções bacterianas ou fúngicas, que surgem devido às pequenas feridas provocadas nos dedos. Além disso, o contato constante da boca com a unha e a pele aumenta a chance de transmitir germes e microrganismos, afetando também a saúde bucal e gastrointestinal.

Em casos mais graves, a prática contínua pode causar deformações permanentes nas unhas, inflamações dolorosas e até sangramentos recorrentes. Do ponto de vista odontológico, o ato de roer unhas pode provocar desgaste do esmalte dentário, desalinhamento dos dentes e até problemas na mandíbula, devido à pressão repetitiva exercida ao morder.

Os especialistas explicam que a onicofagia geralmente tem origem emocional. A pessoa que rói as unhas busca, de forma inconsciente, aliviar tensões internas ou controlar a ansiedade momentaneamente. No entanto, esse alívio é passageiro e tende a reforçar o ciclo do comportamento compulsivo.

O tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir terapia cognitivo-comportamental (TCC), técnicas de relaxamento e, em alguns casos, acompanhamento psicológico ou psiquiátrico para identificar e tratar a causa emocional do problema. Estratégias simples, como manter as unhas curtas, aplicar esmaltes com gosto amargo ou substituir o hábito por outra atividade (como apertar uma bolinha antistress), também podem ajudar.

Reconhecer a onicofagia como um distúrbio de saúde mental — e não apenas uma mania — é o primeiro passo para interromper o ciclo e restabelecer o bem-estar físico e emocional. Procurar ajuda profissional é fundamental para aprender a lidar com a ansiedade de forma mais saudável e evitar as complicações que o ato de roer as unhas pode trazer ao corpo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *