O encerramento das buscas por uma pessoa desaparecida quase nunca traz o alívio esperado quando o desfecho é marcado pela perda. Foi com profunda tristeza que familiares de Espedito Junior de Oliveira, de 65 anos, receberam a confirmação de que o motorista de aplicativo, desaparecido desde o início de dezembro, foi encontrado sem vida em Campinas, no interior de São Paulo.
Após oito dias de mobilização, o corpo de Espedito foi localizado em uma lagoa situada no bairro Cidade Singer, na última quarta-feira, dia 11 de dezembro. A informação foi confirmada pela Polícia Civil, que, após as primeiras análises, apontou que o caso se trata de roubo seguido de morte, modalidade criminal conhecida como latrocínio.
Espedito desapareceu no dia 4 de dezembro, após sair de casa para trabalhar, como fazia diariamente. No dia seguinte, sem conseguir contato com o pai, a família registrou oficialmente o desaparecimento e iniciou uma busca incansável por informações. Filhos e parentes percorreram hospitais, delegacias e outros pontos da cidade na tentativa de localizar o motorista.
Durante esse período de angústia, os familiares chegaram a receber mensagens enviadas do telefone de Espedito. No entanto, o conteúdo chamou atenção por não condizer com a forma habitual de comunicação dele, levantando suspeitas de que o aparelho estivesse em posse de terceiros. Segundo a polícia, essas mensagens tinham o objetivo de dificultar a localização da vítima.
Com o avanço das investigações, os agentes apuraram que Espedito teria sido chamado para uma corrida com a intenção de ser assaltado. Após o crime, os suspeitos utilizaram o carro e os cartões da vítima em uma tentativa de realizar novas ações ilícitas na cidade de Indaiatuba, ainda durante a madrugada do mesmo dia.
A Polícia Civil informou que um homem foi preso e um adolescente apreendido por envolvimento direto no caso. Outros dois suspeitos já foram identificados, e a Justiça foi acionada para a decretação da prisão preventiva deles. As investigações seguem em andamento para esclarecer todos os detalhes e responsabilidades.
A notícia da confirmação da morte causou grande comoção em Campinas, especialmente entre colegas de profissão e usuários de aplicativos de transporte. O caso reacendeu o debate sobre a segurança de motoristas, principalmente em corridas realizadas em horários de menor movimento, quando os riscos tendem a aumentar.
Para a família, resta agora o luto e a saudade de um homem descrito como trabalhador, dedicado e sempre disposto a ajudar. Espedito utilizava o trabalho como motorista de aplicativo para garantir o sustento e manter sua rotina ativa, algo que fazia com orgulho, segundo pessoas próximas.
A tragédia deixa não apenas uma família enlutada, mas também um alerta importante para a sociedade sobre a necessidade de medidas mais eficazes de proteção aos profissionais que atuam no transporte por aplicativo. Enquanto a Justiça segue seu curso, amigos e familiares se unem em homenagens e lembranças, mantendo viva a memória de Espedito Junior de Oliveira.