Acidente ocorreu na manhã desta quarta-feira, 19 de novembro
A BR-376, uma das principais ligações entre Paraná e Santa Catarina, voltou a registrar uma tragédia de grandes proporções nesta quarta-feira. Por volta das 6h da manhã, no quilômetro 621, em São José dos Pinhais, um Nissan Versa foi prensado entre duas carretas após uma redução brusca no fluxo, resultando em três mortes e deixando duas pessoas gravemente feridas.
O trânsito seguia no sentido litoral catarinense e, segundo testemunhas, não havia sinais de lentidão momentos antes da colisão. O carro transportava uma família que seguia para o feriado. Com o impacto extremamente violento, três passageiros morreram ainda no local, enquanto os dois sobreviventes foram levados em estado crítico ao Hospital do Trabalhador, em Curitiba, e ao Hospital São José dos Pinhais.
O caminhoneiro Danilo Demiranda, que dirigia uma das carretas envolvidas, descreveu ao portal ND+ os instantes que antecederam o acidente. Visivelmente abalado, ele relatou que trafegava dentro do limite de velocidade e que a fila teria parado “de forma repentina”.
“A circulação estava normal e parou a fila do nada”, contou.
“Eu segurei o que deu, mas não teve como. A carreta da frente travou, eu bati na minha própria carreta, arrastei e acabei atingindo o carro.”
Segundo ele, o trecho — de pista simples, com declive acentuado — pode ter contribuído para a dificuldade de frenagem, especialmente por se tratar de veículo de grande porte carregado. Apesar do choque, os motoristas das duas carretas não sofreram ferimentos físicos e permaneceram no local prestando esclarecimentos.
A Polícia Rodoviária Federal e peritos coordenam a investigação para compreender a dinâmica exata do engavetamento. Entre os fatores em apuração estão:
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velocidade dos veículos antes da frenagem;
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distância de segurança entre caminhões e automóveis;
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visibilidade da via no momento da colisão;
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eventual atraso na sinalização de retenção de fluxo.
Acidentes semelhantes têm sido registrados com frequência em rodovias federais com tráfego misto, nas quais grandes veículos dividem espaço com carros de passeio em trechos de descida ou curvas acentuadas. Especialistas alertam que, nessas condições, segundos são suficientes para desencadear uma reação em cadeia.
A tragédia reforça a necessidade de atenção redobrada de todos os condutores, além de manutenção de distância segura entre veículos, especialmente em áreas de fluxo intenso e topografia desafiadora.
Enquanto a investigação avança para identificar responsabilidades e falhas estruturais, amigos e familiares das vítimas aguardam com expectativa pela recuperação dos dois sobreviventes — e lamentam uma viagem que deveria ter sido de descanso, mas acabou interrompida de forma definitiva.