Uma tragédia abalou Chapecó (SC) na tarde desta quarta-feira, 26 de novembro, e reacendeu um alerta que deveria ser prioridade em qualquer obra: nenhuma etapa do trabalho em altura é simples demais para dispensar segurança.
O jovem Alexsandro Branco, de 23 anos, morreu enquanto instalava uma tela de proteção — equipamento criado justamente para evitar quedas e salvar vidas. A ironia dolorosa da situação comoveu moradores da região e profissionais do setor.
Segundo informações preliminares e relatos de testemunhas, Alexsandro atuava no quarto andar de um edifício localizado no bairro Paraíso. Durante praticamente toda a instalação, ele utilizou o cinto de segurança e demais equipamentos. Porém, no momento final, quando subiu em uma escada apoiada na sacada para concluir o serviço, teria retirado o cinto.
Em poucos segundos, um desequilíbrio foi suficiente para interromper uma vida inteira pela frente. Alexsandro caiu e morreu antes mesmo da chegada dos bombeiros. A Polícia Científica fez a perícia no local e a Polícia Civil já investiga o caso, que deve apurar se houve falha humana, instrução inadequada, pressão de tempo ou possível negligência envolvendo condições de trabalho.
Amigos e conhecidos descrevem o jovem como dedicado, responsável e apaixonado pela profissão. Muitos relatam que ele fazia questão de trabalhar com zelo e que estava acostumado a serviços em altura — justamente por isso, o excesso de confiança pode ter influenciado o momento em que ele abriu mão do equipamento de proteção.
veja abaixo o video:
A morte de Alexsandro provoca reflexão no setor. No Brasil, quedas estão entre as principais causas de acidentes de trabalho fatais, especialmente na construção civil e em serviços de manutenção predial. Estudos reforçam que boa parte dessas mortes ocorrem nos minutos finais do serviço — quando o trabalhador acredita que “não falta quase nada” e reduz a atenção.
O episódio escancara o que especialistas têm alertado há anos: EPIs não podem ser usados apenas em partes do serviço, mas do início ao fim, ainda que pareça mais rápido ou mais prático removê-los para ajustes finais.
Enquanto a família tenta lidar com a perda repentina e amigos lamentam nas redes sociais, a tragédia deixa uma lição urgente: quando se trata de trabalho em altura, não existe etapa simples, nem manobra rápida, nem experiência suficiente que substitua a proteção.
Alexsandro não voltará para casa, mas seu caso pode — e precisa — servir para impedir que outros jovens trabalhadores percam a vida do mesmo modo.